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Abóboda Estrelada

26 agosto 2014

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O dia mal começou e a vida já se encontra deteriorada.
Os pedaços dos pedaços dos pedaços me dão licença poética pra aquecer minhas mãos na chama do isqueiro e me livrar desse frio que tenta abater meu coração.
O semblante solta-se do rosto mesmo ter passado cola no meu pretérito perfeito.
Observei tantas observações rascunhadas nas orelhas de livros não lidos e então me peguei pensando em uma análise reflexiva sobre a doença de existir e a necessidade de morrer. E o desânimo bate à porta.
Enquanto vivia uma semana com seus fins chorosos me lembrei das lições que recebi desde sempre daquele aniversariante que não pude abraçar, pois já não mais é.
A música para.
Palmas.
O concerto continua sem ponto
As paredes dançam e o teto teima em cair como céu sobre minha cabeça e eu não me dou o luxo de manter muito a mente aberta para não correr o risco que meu cérebro despenque.
Assim vou utilizando de preposições quando me vejo de mãos dadas comigo descendo as escadas e me vejo num mundo paralelo que não deveria existir mais, porém me inclino e acrescento uma virgula nesses pensamentos e me embriago nas vias sonoras da filosofia do teu corpo.
Estava tentando encaixar as frases com precisão para que não tropecem enquanto caminham sobre estes asfaltos literários sufocantes dilaceradores de retinas.
Toda via leva a um rumo um tanto especifico e o que aprendi nesta andança sem ritmo foi que não preciso conjugar o Verbo, apenas amá-lo assim como Ele o fez comigo desde antes de eu vir a ser.
Todavia me disponho em descartar todas aquelas vozes cheias de palavras mudas para pintar estrelas na abóboda de tua boca e escutar a chuva em bom tom devido às acústicas da tua fala que impregnam meus ouvidos lamuriosos.

O que me fortalece é este peso de felicidade que carrego sobre os ombros enquanto a valsa é tocada e atravesso o salão sem prestar atenção nos bailarinos para que não me esqueça do quanto devo continuar sendo aquele que continuo sendo.