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As Letras No Espelho

14 julho 2013



Letras soltas caem num espelho enferrujado compondo contos não contados
Seus reflexos se estendem em uma forma espiral que envolve toda a sala
Vi seus movimentos não tardios paralisando o tempo e se desdobrando no espaço enquanto mágoas eram cantaroladas desenfreando a dissonância.
O vento assobiou vida aos ouvidos mais atentos que comungavam os versos tortos
Suspirei bem fundo e congelei o ar e com firmeza o abracei e dele fiz um origami
Minha tristeza quase entrou em depressão quando viu que escutei o assobio do vento e que a vida tomou conta de mim, mas não me importei e continuei desenvolvendo meu alfabeto romântico e saudosista.
Vi os homens plantando horizontes como se fossem árvores para aplacar a tediosa e constante ignorância sobreposta aos ombros dos meros mortais que cambaleiam e gritam suas causas sem causas.
Mas as letras continuavam belas observando meu ponto de vista sobre seus lineares reversos
E com pincéis que passeavam pela aquarela pintando com novas cores os rostos deformados pela seriedade abusiva que causavam danos às pessoas de bem lhes dando beijos e sorrisos.

As letras caíram naquele espelho enferrujado e todas as marcas desapareceram, mas não do espelho e sim do meu rosto que estava exposto e desfigurado, agora posso ver meu reflexo outra vez.

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